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Revista Science aborda crise da pesca no Brasil e cita Oceana

Abril 10, 2015

A edição 6231da revista Science, lançada na última sexta-feira (10/04), traz reportagem com comentários da diretora geral da Oceana Brasil, Mônica Brick Peres, sobre a crise ambiental e econômica da pesca no Brasil. Intitulada “Brazil roils waters with moves to protect aquatic life” (ou “Brasil agita as águas com ações para proteger a vida aquática”, em tradução livre), a reportagem é de autoria do jornalista Herton Escobar. A revista Science é um dos veículos de maior prestígio junto à comunidade científica mundial.

Mônica Peres defende a adoção de planos de manejo e recuperação de espécies marinhas com base científica para um efetivo ordenamento pesqueiro no Brasil, incluindo o monitoramento e a coleta de dados sobre o que é pescado, quando e como. “Para que tenhamos pescarias sustentáveis precisamos trabalhar com dados, e essa é a primeira coisa que não temos”, afirma. Da mesma forma, ela alerta para o fato de que não se conhece nem mesmo o tamanho da frota pesqueira no país.

O texto da Science explica o impacto da publicação da Portaria 445 pelo Ministério do Meio Ambiente, no final do ano passado. A Portaria incluiu quase 100 peixes marinhos de interesse comercial na lista vermelha de espécies brasileiras ameaçadas, cuja pesca poderá ser proibida a partir de junho. “A publicação da lista vermelha é um primeiro passo importante para diagnosticar o problema, mas não é suficiente para resolvê-lo. Precisamos tomar medidas para tirar essas espécies da lista, e não vamos conseguir isso apenas dizendo para as pessoas que elas não podem pescar”, explicou Mônica Peres.

“Chega de surpresas, queremos planos”, afirmou Mônica Peres.

A Oceana Brasil tem trabalhado, por meio da Campanha da Lista Azul, pela adoção de planos de manejo e recuperação para a pesca. Para a Oceana, os planos devem incluir a coleta sistemática e continuada de dados que permitam boas avaliações de estoque (populações de peixes). As avaliações de estoque são o melhor subsídio para a correta adoção de medidas de manejo. Isso é o que chamamos “ordenamento científico da pesca”, única forma de garantir que a exploração pesqueira seja compatível com a capacidade de reposição natural das espécies e ecossistemas marinhos. Outro ponto fundamental é assegurar a transparência com consultas amplas junto aos diferentes setores da sociedade, aqueles que têm interesse na exploração, no consumo e também na conservação dessas populações.

“Temos que avançar no ordenamento da pesca por meio da elaboração e implementação de planos de manejo, ao invés de ficar publicando medidas emergenciais isoladas. Isso é bom para o setor pesqueiro, é bom para a sociedade e é bom para o governo”, completou Mônica Peres. “Não temos essa cultura no Brasil, mas ter planos de manejo da pesca é a única forma de transformar a lista vermelha de espécies ameaçadas na lista azul de peixes abundantes, garantir  emprego e renda para os pescadores e uma fonte inesgotável de alimentos  para  a sociedade”.

Leia o resumo da reportagem da Science em http://goo.gl/5qRg0i

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