Janeiro 24, 2025
5 dicas de como escolher melhor o seu pescado
Por: Oceana
O TEMA: Save the Oceans, Feed the World
Os pescados são uma fonte essencial de proteína para mais de 3 bilhões de pessoas em todo o mundo, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). De forma geral, são opções mais eficientes e sustentáveis do que as proteínas provenientes dos sistemas de produção em terra, como a pecuária, e, por isso, são considerados cruciais nas ações de combate à fome e à desnutrição e, é claro, na proteção do planeta.
No entanto, quando o assunto é o consumo consciente e sustentável, é preciso falar sobre o que acontece em toda a cadeia produtiva do pescado – que vai da pesca até a nossa mesa, envolvendo milhares de pessoas em um trabalho que gera alimento, mas também gira a economia, beneficia a saúde e valoriza culturas. “A pesca sustentável é uma pesca legalizada e controlada, que adota práticas que respeitam o meio ambiente e que é administrada de forma transparente e com base nas melhores informações científicas. Ela pode alimentar 1 bilhão de pessoas todos os dias, para sempre”, argumenta o diretor científico da Oceana, Martin Dias.
A defesa de uma atividade de pesca responsável é, portanto, fundamental para o fortalecimento de relações socioeconômicas justas e da continuidade da atividade pesqueira em si. E isso passa, inevitavelmente, pelas nossas decisões enquanto consumidores e consumidoras.
Pensando nisso, listamos cinco dicas para te ajudar a decidir o que vai para o seu prato:
1) Opte por peixes inteiros
Visite feiras ou peixarias para escolher, com segurança, o pescado que você está comprando. Quando optamos por peixes inteiros temos a certeza de que não estamos “comprando gato por lebre”, além de ver melhor a qualidade e o frescor do produto. Muitas vezes os comerciantes aproveitam justamente os peixes que já estão ficando mais feios (e mais velhos) para produzir as postas ou filés, e é por isso que, normalmente, eles são opções mais baratas. Escolha o peixe inteiro, do tamanho desejado e peça para que o comerciante faça as postas para você! Assim, você garante um produto mais fresco, sem fraudes e ainda bate um papo com quem sabe tudo do assunto!
2) Prefira peixes da sua região
Quando possível, opte por peixes típicos da sua região. Afinal, eles vão chegar mais frescos e saudáveis até você se tiverem sido capturados por perto. Se não souber quais são, converse com o vendedor, peça dicas ou consulte na internet antes de ir às compras. Existem diversos guias de universidades e instituições responsáveis que te ajudam a fazer a melhor escolha, favorecendo as características e avaliando as espécies de cada lugar. Assim, você apoia os produtores locais, fortalece a economia da sua região e as comunidades pesqueiras artesanais.
3) Escolha o peixe da temporada
É preciso estar atento ao calendário e descobrir quais são os pescados da vez! Muitas espécies não aparecem o ano todo e algumas têm restrições sérias de comercialização em determinados períodos. É justamente isso, inclusive, que garante que elas tenham tempo para se reproduzir e desenvolver e, assim, continuem existindo ano após ano. Ao escolher pelo peixe da temporada, você contribui para que a legislação seja cumprida, garantindo a proteção das espécies. Outra grande vantagem dessa opção é que esses pescados também são, normalmente, mais frescos e mais baratos.
4) No dia a dia, prefira peixes menores
Algumas espécies menores, como sardinhas, cavalinhas, carapaus e xaréus, são mais tolerantes à pressão da pesca, porque se reproduzem muito e crescem rapidamente. Peixes maiores, como garoupas e vermelhos, crescem mais devagar e, com isso, suas populações sofrem mais quando a pesca é excessiva. Além disso, também vale dizer que esses peixes menores são os mais nutritivos: ácidos graxos, micronutrientes e ômega 3 são encontrados nessas espécies em quantidades maiores do que em qualquer outro tipo de pescado.
5) Defenda a pesca sustentável
Procure saber mais sobre o produto que você consome: qual é o pescado, de onde ele vem, como e quando foi capturado? Assim você garante, por exemplo, que não está comprando uma espécie pescada com petrechos que danificam os ecossistemas, como a pesca de arrasto de fundo. Consuma menos os pescados que estão sumindo dos nossos mares devido à pesca excessiva, como muitas espécies de cações, garoupas, badejos e alguns vermelhos. Mas tenha um bom apetite quando se tratar de espécies abundantes, como a cavalinha ou o que a gente encontra no famoso atum em lata! Sempre que possível, converse com os pescadores para conhecer mais sobre sua atividade, suas dificuldades e suas tradições.
E, claro, por último, apoie o trabalho da Oceana pela defesa de um oceano cada vez mais saudável e abundante e nos ajude a promover uma pesca sustentável em toda a costa brasileira.
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