Museu brasileiro tem acervo único na América do Sul sobre oceanos
No Dia Internacional do Museu, celebrado em 18 de maio, a Oceana destaca a missão singular do Museu Oceanográfico Eliézer de Carvalho Rios, complexo de museus e centros associados ligados à Fundação Universidade do Rio Grande (FURG), que tem como campo de conhecimento o mar. Com a missão de defender o patrimônio marítimo nacional, a instituição voltada para as ciências marinhas abre intenso diálogo com a comunidade sobre a diversidade de vidas marinhas e a importância de preservar a saúde do mar.
Localizado no município gaúcho de Rio Grande, à margem esquerda do canal do estuário da Lagoa dos Patos, o Museu Oceanográfico Eliézer de Carvalho Rios é formado pelo Museu Antártico, Eco-Museu da Ilha da Pólvora, Museu Náutico, Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM) e Centro de Convívio dos Meninos do Mar (CCMar). Juntos, não só propõem uma reflexão e aprofundamento de conhecimento para os visitantes como mantêm uma dinâmica de aprendizado para formação de professores e estudantes no campo da pesquisa e extensão, pilares caros à Universidade do Rio Grande.
Doado à Universidade em 1975, o Museu Oceanográfico foi fundado em 1953, pelo oceanógrafo Eliézer de Carvalho Rios, o professor Boaventura Nogueira Barcellos e o engenheiro iugoslavo Nicolas Vilhar. Um dos destaques da instituição é uma coleção de moluscos, considerada a mais importante da América do Sul, que foi organizado por Eliézer.
O público encontra ainda uma exposição permanente sobre a vida e a dinâmica do ecossistema marinho por meio de painéis, maquetes e diversos equipamentos utilizados em pesquisas oceanográficas. São 51 mil lotes de material e aproximadamente 50% do acervo representa a malacofauna (moluscos) brasileira. Os espécimes são preservados inteiros secos, inteiros em líquidos e partes de espécimes secos (peles, esqueleto, conchas, ossos, crânios, ovos, penas).
Desde 1991, o Museu Oceanográfico é dirigido pelo professor e oceanólogo Lauro Barcellos, que chegou a trabalhar com Eliézer Carvalho no salvamento de animais marinhos. Lauro fundou em 1997 o Museu Antártico; em 1999, o Eco-Museu da Ilha da Pólvora; e, em 2007, o Museu Náutico. Um ano depois, criou o Centro de Convívio dos Meninos do Mar (CCMar), uma escola pré-profissionalizante para jovens em vulnerabilidade social. “Hoje, temos leis que protegem a vida e o meio ambiente, porém, ainda é preciso educar muitas pessoas que vivem fora da realidade. Precisamos fortalecer os sistemas de fiscalização que impedem a dizimação da vida e precisamos investir mais na educação das futuras gerações”, alerta Lauro Barcellos.
Texto: Sérgio Maggio / Criaturas Alaranjadas