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Flip e Oceana firmam parceria para reduzir o uso de plásticos descartáveis

Festa literária dá os primeiros passos para se tornar, futuramente, uma Zona Livre de Plástico

A 20ª Festa Literária Internacional de Paraty acontece de 23 a 27 de novembro de 2022. Foto: Oceana/Nathalia Carvalho

Por sua presença integrada à Baía de Paraty, a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) tem, desde sua origem, a preocupação com a sustentabilidade e o uso consciente de recursos. Em 2022, a festa dá um passo além em seu compromisso com a mudança: na edição que começou ontem (23), foi estabelecida uma parceria com a ONG Oceana para reduzir o consumo de itens de plástico descartável durante sua realização.

“Essa parceria inédita aponta na direção de uma solução inovadora para a poluição marinha, que batizamos de Zona Livre de Plástico (ZLP). Nelas não há fornecimento, comércio ou utilização de plásticos de uso único, que são descartados logo após a sua utilização. A disposição da Flip em avançar para se consolidar, no futuro, como uma ZLP é uma indicação importante e necessária que contribuirá para a recuperação da saúde dos oceanos”, aponta Lara Iwanicki, engenheira ambiental e gerente de campanhas da Oceana Brasil.

Com o propósito de aprofundar a discussão sobre este tema na própria Flip, a Oceana participa hoje (24), às 18h, do debate “Preservação, Biodiversidade em Questão”, na Casa M.A.R. – na Praça da Bandeira. Além de Iran Magno, analista de campanhas da Oceana, integrarão a mesa Vinícius Soares, Secretário de Meio Ambiente de Paraty e Márcio Rogério Grogião, representante da Secretaria de Agricultura e Pesca.

Iniciativas na Flip e para o Brasil

Entender o consumo de plásticos descartáveis e a dinâmica do uso desses itens no evento é uma tarefa importante para a Flip vir a se consolidar como uma Zona Livre de Plásticos (ZLP). Como fruto da parceria estabelecida com a Oceana, nessa edição de 2022, a organização do evento promoveu a substituição de 10 mil copos descartáveis por copos de papel em áreas estratégicas e a instalação de bebedouros para que as equipes de produção e montagem utilizem xícaras e copos reutilizáveis durante o trabalho, diminuindo ainda mais a dependência dos galões e copos plásticos.

Além disso, a Flip ainda estabeleceu que no Auditório da Matriz, está proibida a entrada de copos descartáveis, garrafas PET e sacolas descartáveis. É bastante simbólica a escolha da Flip em estabelecer esse espaço principal – que é, historicamente, o palco dos aguardados encontros entre célebres nomes da literatura nacional e internacional – já como uma área livre de plásticos em 2022. A única exceção relaciona-se a alguns protocolos sanitários de prevenção da Covid-19, adotados devido ao recente aumento de casos da doença no país.

Dentre as ações para redução do plástico descartável, 10 mil copos de papel estão em uso em áreas estratégicas na festa. Foto: Oceana/Nathalia Carvalho

Zonas Livres de Plástico

A partir dessa primeira movimentação, a Flip pretende avançar nesse processo e se consolidar como uma Zona Livre de Plásticos (ZLP) em suas próximas edições. A redução da utilização de plásticos de uso único é uma medida necessária e urgente para a diminuição dos impactos desse material no meio ambiente. O conceito e a metodologia das ZLPs foram concebidos pela Oceana, a maior ONG internacional voltada exclusivamente à proteção dos oceanos, que tem como um dos focos de sua atuação o combate à poluição marinha por plásticos. Globalmente, todos os anos, ao menos 8 milhões de toneladas de plástico são despejados nos oceanos. Isso equivale a um caminhão de lixo por minuto. Em seu relatório “Um Oceano Livre de Plásticos”, a organização aponta que no Brasil, anualmente, cerca de 325 mil toneladas de plástico chegam aos nossos mares.

A aplicação da metodologia ZLP demonstra que é possível ajustar “a pegada” de plástico a espaços coletivos que desejam se integrar à mudança. De escritórios corporativos, aeroportos, escolas, feiras, hotéis e quiosques de praia até eventos – como ocorre agora na Flip.

A Oceana defende medidas concretas para solucionar o problema da poluição por plásticos e entende que diversas frentes de ação são necessárias para reverter o cenário que temos hoje. Foi pensando nisso que na campanha de combate à poluição plástica estabeleceu três frentes de trabalho: a metodologia ZLP, o desafio ao setor corporativo para reduzir seu impacto e a defesa de uma lei que reveja a produção de plástico descartável no país.

Em relação a esta última frente, juntamente com outras organizações da sociedade civil, a Oceana defende a aprovação do Projeto de Lei (PL) 2524/2022, que propõe um marco regulatório para a Economia Circular e Sustentável do Plástico e desde setembro deste ano tramita no Senado Federal.  Todas as pessoas podem acessar o PL na internet e reforçar a sua importância, dando um recado claro aos parlamentares sobre a urgência em reduzir esses resíduos e os seus graves impactos.

Os plásticos descartáveis são uma ameaça duradoura para todas as espécies marinhas, para a natureza e para a humanidade. Uma vez no ambiente, o plástico – que é feito a partir do petróleo – nunca desaparece. O material se divide em partículas cada vez menores, chamadas microplásticos, que já foram encontradas por cientistas no sal, no ar e em nosso organismo (sangue, placenta e até no leite materno).

“Países tão distintos como o Canadá e a Índia já estabeleceram medidas regulatórias para o plástico. Precisamos fazer o mesmo no Brasil, com urgência. Precisamos pressionar os parlamentares a abraçarem essa causa e aprovarem esse projeto de lei. Todas as pessoas podem acessar o PL pela internet e reforçar a sua importância, posicionando-se a favor da redução da produção de plástico e de seus graves impactos socioeconômicos e ambientais”, conclui o analista de campanhas da Oceana, Iran Magno.