Amazon reduz em mais de 10% o uso de embalagens plásticas descartáveis em suas operações
A maior varejista do mundo assume o compromisso de reduzir materiais que representam mais de 30% das embalagens plásticas usadas no comércio eletrônico global.
Agosto 28, 2023
A Amazon anunciou, em seu mais recente relatório de sustentabilidade, uma queda de 11,6% no uso de plástico descartável nas entregas enviadas globalmente por meio de seus centros de distribuição, nos anos de 2021 e 2022. A empresa também informou que, nesse mesmo intervalo de tempo, houve uma redução de 11,3 milhões de quilos de plástico descartável utilizados nos envios e distribuições diretas pela empresa.
Além disso, a empresa destacou que está, gradualmente, eliminando os envelopes forrados com plástico bolha e aderindo, por exemplo, a envelopes acolchoados com papel. Segundo o relatório, a empresa já substituiu 99% das embalagens feitas de materiais mistos – contendo plástico – por opções de papel reciclável, nos Estados Unidos e no Canadá.
O compromisso da Amazon de reduzir o uso e a distribuição desses plásticos descartáveis em suas operações pode gerar um impacto significativo, uma vez que envelopes e sacolas representam mais de 30% das embalagens plásticas usadas no comércio eletrônico em todo o mundo. A empresa afirma já ter reduzido as embalagens plásticas na maioria de seus principais mercados, incluindo Europa, Índia, Japão e Austrália, mas ainda não assumiu um compromisso significativo de reduzi-las globalmente.
“Desde 2020, a Oceana defende publicamente que a Amazon reduza o uso de embalagens plásticas. Em apoio a uma resolução dos acionistas (apresentada pela organização As You Sow e respaldada por outros membros do movimento Break Free From Plastic), a organização também fez ações na sede da Amazon, em Seattle e Arlington (e em Wall Street), pedindo à empresa que reduzisse em um terço o uso de embalagens plásticas.
“A Amazon também deveria se comprometer com um prazo de eliminação gradual e assumir um compromisso explícito de reduzir todas as suas embalagens plásticas, além dos envelopes acolchoados. Monitoraremos os desdobramentos para garantir que a empresa continue divulgando uma pegada cada vez menor de suas embalagens plásticas, mas esse avanço e esse compromisso são uma vitória real para todos os acionistas, funcionários, cidadãos e membros do movimento Break Free From Plastic, que pediu que a empresa se afastasse do plástico descartável”, destacou Matt Littlejohn, vice-presidente sênior da Oceana.
PARE O TSUNAMI DE PLÁSTICO
A estimativa mundial é de que, a cada minuto, dois caminhões de lixo plástico sejam despejados no mar. Embalagens da Amazon utilizam o filme plástico, forma de lixo mais encontrada em áreas costeiras e também a mais mortal para animais marinhos.
Considerada hoje a segunda maior ameaça ambiental ao planeta, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a poluição por plásticos precisa ser tratada com urgência e prioridade na agenda política global.
Segundo o relatório “Um Oceano Livre de Plástico”, publicado pela Oceana, somente o Brasil lança ao menos 325 milhões de quilos de resíduos plásticos todos os anos no oceano. Partículas desse material já foram encontradas no ar, na água, nos alimentos, no leite materno, na placenta, no pulmão, no sangue e no coração humanos.
No Brasil, com o objetivo de reverter o cenário a partir de um novo olhar para a produção, a Oceana uniu forças com mais de 60 organizações e lançou a campanha “Pare o Tsunami de Plástico”, com o objetivo de chamar atenção do Congresso e da sociedade civil para a importância de fazer avançar e aprovar o Projeto de Lei (PL) 2524/2022, já em tramitação no Senado Federal. Esse PL propõe a criação de um marco regulatório para o estabelecimento de uma Economia Circular do Plástico no país, mantendo no sistema somente as embalagens que forem recicláveis, reutilizáveis ou compostáveis.
“Hoje, o Brasil não consegue ter um sistema adequado e eficiente de gerenciamento de resíduos sólidos para a produção desenfreada do plástico descartável. É urgente que o país avance com soluções eficientes, reveja o atual modelo de produção e que governo e indústrias assumam suas responsabilidades”, destacou Lara Iwanicki, gerente de advocacy da Oceana.