Canadá proíbe seis tipos de plásticos descartáveis
Junho 30, 2022
A Oceana comemora importante marco no combate à crise global da poluição por plástico de uso único. Em 20 de junho, o governo canadense anunciou a proibição de seis categorias de plásticos mais encontradas no litoral e até nas profundezas do oceano.
A lei eliminará gradualmente – até entre o ano que vem e 2023 – a produção e circulação de sacolas, talheres, mexedores, anéis para latas, canudos e alguns recipientes de comida para entrega (delivery), todos feitos de plástico. Essa é uma contribuição importante para o compromisso do Canadá com a proibição de plásticos descartáveis nocivos e com a responsabilização das empresas para que façam sua parte na redução do lixo plástico. O anúncio também posiciona aquele país como líder global nos esforços para reduzir o material, que impacta o meio ambiente, a saúde humana e até a economia.
A medida também acaba com a exportação desses plásticos até 2025, tornando o Canadá o segundo país a fazê-lo. A proibição final também elimina brechas técnicas da versão anterior da lei, que permitia opções de plástico descartável mais duráveis para substituir itens de uso comum, como talheres e sacolas de compras.
“O anúncio garante que o Canadá esteja embarcando em uma verdadeira transição no sentido de se afastar dos plásticos descartáveis desnecessários. Essa vitória significa que bilhões de itens de plástico produzidos a cada ano, que poderiam ameaçar a vida marinha, como baleias e tartarugas, não serão mais acrescentados ao desastre global do plástico”, afirmou Anthony Merante, que atua na Campanha dos Plásticos da Oceana Canadá. “Continuaremos trabalhando com os canadenses e o governo para garantir que outros tipos de plásticos descartáveis desnecessários sejam acrescentados à lista de itens proibidos daqui para frente”.
Desde 2019, a Oceana Canadá vem defendendo a redução da poluição por plásticos, reunindo-se com os responsáveis por decisões, publicando relatórios sobre a situação do plástico e apresentando recomendações científicas para atingir lixo plástico zero. Estima-se que um total de 33 bilhões de unidades de plásticos descartáveis deixem de ser chegar aos oceanos anualmente naquele país.
No Brasil
Segundo o estudo “Um Oceano Livre de Plásticos”, o Brasil polui os oceanos, anualmente, com cerca de 325 mil toneladas de resíduos desse material. Sendo também o maior produtor de plástico da América Latina, o país produz, anualmente, 500 bilhões de itens plásticos descartáveis.
Diante desse cenário, a Oceana defende que o Brasil siga o exemplo de outros países e crie, com urgência, uma lei nacional de Economia Circular, que restrinja a produção e o uso de plástico descartável.
Em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), a Oceana também demanda que os aplicativos de entrega de comida reduzam a quantidade de plástico descartável que enviam aos seus consumidores. O iFood foi o primeiro aplicativo a assumir compromissos com a campanha #DeLivreDePlástico, e as primeiras metas a serem assumidas pela empresa para a redução dos usos desses itens serão anunciadas em breve.