Cerca de 150 mil toneladas de anchoveta são usadas para a produção ilegal de farinha de peixe no Peru a cada ano - Oceana Brasil
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Cerca de 150 mil toneladas de anchoveta são usadas para a produção ilegal de farinha de peixe no Peru a cada ano

Fevereiro 18, 2019

Foto: Andina/Oceana Chile 

Pesquisa publicada pela Oceana sobre a produção ilegal de farinha de peixe nos litorais e central do Peru identificou 62 instalações envolvidas nesse crime. O estudo mapeou também os métodos usados para desviar a anchoveta fresca que seria direcionada ao Consumo Humano Direto (CHD) para produzir ilegalmente farinha.

 “Esse problema dificulta a inovação e causa graves danos à economia, ao meio ambiente e à sustentabilidade dos recursos marinhos,” disse Juan Carlos Sueiro, diretor de Pescarias da Oceana no Peru. Ele também destacou que cerca de 150 mil toneladas de anchoveta fresca são desviadas a cada ano.

De acordo com Jorge Grillo, especialista em pesca e coautor do estudo, Pisco, o sul do Peru, abriga o maior número de fábricas ilegais, com 10 instalações de produção de farinha de peixe e óleo, a um custo estimado de 32 milhões de dólares por ano.

Ancash, Piura e Lima têm, no total, 25 fábricas de farinha residual que se abasteceram de anchoveta destinadas a fábricas para CHD ou simplesmente a compram fresca da pesca artesanal e de pequena escala.

Por outro lado, as áreas de secagem compram restos de fábricas de produtos para CHD, mas também adquirem anchoveta de frotas artesanais e de pequena escala quando estas têm excesso de oferta. Existem 10 locais em Pisco e 14 em Ancash.

Também foram identificadas uma clara diferença entre o aumento do número de fábricas que curam o peixe e sua produção. Embora existam 73 fábricas em todo o país, apenas cinco empresas exportam 46,5% do total nacional.

Especialistas apontam para a necessidade urgente de reforçar as medidas de auditoria e monitoramento dos desembarques até a fase de comercialização, com o objetivo de envolver instituições com competências complementares, como a SUNAT (órgão tributário nacional), o Ministério Público Ambiental, os governos regionais etc.

Eles também destacaram que, para combater a corrupção nos pontos de controle, é necessário aplicar um sistema de rastreabilidade para revisar licenças de pesca, volumes de captura e áreas. Por fim, fomentar a transparência por meio de dados divulgados gratuitamente ao público pela internet e ter mais canais para registrar reclamações.