Chefs dos 20 melhores restaurantes do mundo se comprometem a servir a proteína perfeita para “salvar os oceanos e alimentar o mundo” - Oceana Brasil
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Chefs dos 20 melhores restaurantes do mundo se comprometem a servir a proteína perfeita para “salvar os oceanos e alimentar o mundo”

Em encontro inédito, prestigiados chefs se unem à campanha da Oceana e prometem servir e promover anchovetas e outros peixes pequenos em seus restaurantes no Dia Mundial dos Oceanos de 2015; brasileiro Alex Atala participa.

Março 17, 2015

San Sebastián, Espanha – No primeiro encontro de chefs dos melhores restaurantes do mundo pela conservação dos oceanos, os profissionais da gastronomia se comprometeram a apoiar a campanha da Oceana para “Salvar os Oceanos e Alimentar o Mundo” e a servir anchovetas e outros peixes pequenos (como a anchoíta, sardinha ou arenque) em seus restaurantes a partir do dia 8 de junho de 2015, Dia Mundial dos Oceanos.

Os chefs – entre eles o brasileiro Alex Atala, do restaurante D.O.M. –  prepararão pequenos peixes para incentivar seus  clientes a consumirem e desfrutarem estes deliciosos e saudáveis frutos do mar, e apoiar a campanha da Oceana para salvar os oceanos e alimentar o mundo.

Este compromisso é o resultado do primeiro encontro dos mais renomados chefs internacionais em apoio à conservação dos oceanos, realizado em 17 de março de 2015 no Basque Culinary Center de San Sebastián, Espanha. Os chefs ajudarão a inspirar e engajar consumidores e indivíduos no apoio às campanhas de políticas públicas da Oceana, colaborando para restaurar os níveis de biodiversidade e abundância dos oceanos do mundo, para que possam sobreviver e suportar uma população que poderá crescer dos atuais 7 bilhões de pessoas para 9 bilhões até 2050, segundo estimativas.

Além de Alex Atala do D.O.M., os chefs que se uniram à campanha e aceitaram servir peixes pequenos no dia 8 de junho em seus restaurantes são: Grant Achatz (Alinea, EUA); Gastón Acurio (Astrid y Gastón, Peru); Ferran Adrià (el Bulli Foundation, Espanha); Andoni Luiz Aduriz (Mugaritz, Espanha); Juan Mari e Elena Arzak (Arzak, Espanha); Massimo Bottura (Osteria Francescana, Itália); José Luis González (Gallery Vask, Filipinas); Brett Graham (The Ledbury, Reino Unido); Rodolfo Guzmán (Boragó, Chile); Daniel Humm (Eleven Madison Park, EUA); Normand Laprise (Toqué, Canadá); Enrique Olvera (Pujol, México); René Redzepi (Noma, Dinamarca); Heinz Reitbauer (Steirereck, Áustria); Joan Roca (El Celler de Can Roca, Espanha); Pedro Subijana (Akelare, Espanha);  Joachim Wissler (Vendôme, Alemanha); Ashley Palmer-Watts (Dinner by Heston Blumenthal, Reino Unido).

“É notável que tantos chefs – sempre tão ocupados – tenham se reunido em apoio à conservação dos oceanos e participem desta ação conjunta. A maioria de nós já gostamos de anchovetas, anchoítas e outros peixes pequenos”, asseguram os co-anfitriões do evento, Aduriz e Roca. “Vai ser um grande prazer oferecê-los a nossos clientes e ajudar a Oceana em sua campanha para conseguir mais pessoas para apreciá-los, ajudando assim a salvar os oceanos e alimentar o mundo.”

Os pequenos peixes que os chefs pretendem servir (como anchoveta, anchoíta, sardinha, cavalinha e arenque) são conhecidos como “peixes forrageiros” e desempenham um papel crucial nas teias alimentares de alguns dos ecossistemas marinhos mais produtivos do mundo. Tais peixes constituem a principal presa e recurso para a transferência de energia desde os níveis tróficos mais baixos (plâncton) até os níveis tróficos mais altos (peixes predadores, aves e mamíferos marinhos).

O peixe forrageiro costuma formar enormes cardumes que se tornam alvo de algumas das maiores pescarias do mundo, embora não estejam muito presentes nos cardápios dos restaurantes de muitos países. Isso ocorre porque essas espécies são usadas principalmente para a produção de ração e óleo de peixe, a fim de alimentar outras espécies cultivadas, como o salmão, mas também galinhas, porcos e outros animais. Esta pesca “reduzida” à utilização para ração e óleo corresponde ao enorme volume de 37% de toda a pesca mundial, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

Lasse Gustavsson, vice-presidente da Oceana na Europa, pediu para os chefs convidados servirem e promoverem em seus menus o peixe de forragem, destacando que “pedimos que usem sua influência na comunidade culinária para fazer com que o peixe pequeno apareça em nossos pratos, e não só na refeição dos peixes”.

“O compromisso dos chefs com a Oceana de incentivar as pessoas a verem peixes pequenos como algo delicioso vai nos ajudar a salvar os oceanos e alimentar o mundo”, – acrescentou Andy Sharpless, CEO da Oceana e autor de A Proteína Perfeita:  “Nós poderíamos alimentar dezenas de milhões de pessoas simplesmente comendo diretamente anchovetas ou anchoítas e outros peixes de forragem, ao invés de usá-los em forma de ração ou óleo de peixe para alimentar salmão e outros animais. Comer mais peixe de forragem, juntamente com uma gestão científica da pesca mundial, nos permitiria, no futuro, alimentar mais pessoas e depender menos do gado para obter proteínas animais. Isto significaria aliviar a pressão que exercemos sobre o planeta, sob forma de exploração das fontes de água potável, de terras cultiváveis e de emissão de gases que contribuem para as mudanças climáticas”.

As anchovetas peruanas representam, por si só, quase 8% a 10% de todas as capturas de peixes marinhos mundiais (em toneladas). E mais de 90% destas anchovetas acabam “reduzidas” a ração e óleo de peixe.

“Estamos desperdiçando uma refeição maravilhosa”, disse Gaston Acurio, que se juntou à causa, tendo já liderado uma campanha para incentivar outros chefs peruanos a oferecerem anchovetas. “Estou animado em ter bons amigos aderindo a esta iniciativa de despertar nas pessoas o prazer de comer esses pequenos peixes saborosos e nutritivos.”

Outros peixes pequenos (como o arenque ou a sardinha) também estão entre os mais pescados no mundo e, em muitos casos, são utilizados da mesma forma como ração para outros peixes e gado, em vez de serem destinados às pessoas. Por isso, os chefs também se comprometeram a incluir pratos de outras pescarias de “redução” em seus cardápios.

“Os peixes pequenos como anchoveta ou anchoítas são geralmente os mais recomendados para todos”, comentou Patricia Majluf, vice-presidente da Oceana no Peru e uma reconhecida especialista da pesca de redução, que também participou da reunião em San Sebastián. “Eles têm níveis muito altos de nutrientes tais como ômega, vitamina A, zinco e cálcio, bem como níveis muito baixos de toxinas, tais como mercúrio, muito presentes em outros peixes carnívoros de maior tamanho e longevidade.

“Além disso – continua Majluf – usando peixes de forragem para a alimentação humana, em vez de ração para gado, seria possível aumentar o valor de cada tonelada capturada, de modo que uma diminuição de sua pesca acompanhada por uma gestão mais prudente não conduziria a perdas de lucro. Assim, as nações pesqueiras poderiam dar-se ao luxo de deixar uma porção maior de peixes de forragem livres ao mar, sua captura teria menos impacto sobre a estabilidade do ecossistema e seria menos provável um colapso de suas populações.”

Nesta ocasião histórica, quando pela primeira vez tantos chefs talentosos se reuniram em defesa da conservação marinha, os participantes puderam ver a estreia do curta-metragem A Proteína Perfeita, que faz parte de uma nova campanha de marketing da Oceana – que também inclui um site e outras ações – conceituada e desenvolvida por Jorge Martinez.

Para mais informações sobre o evento, o documentário e a nova versão digital do livro, por favor visite perfectprotein.oceana.org

Mais informação: fotografias e imagens em vídeo (Dropbox)

Notas do editor

Oceana é a maior organização internacional de conservação focada exclusivamente na proteção dos oceanos. Fazemos campanhas com base em critérios científicos e tentamos influenciar as políticas de pesca para restaurar a biodiversidade marinha e garantir que os oceanos sejam abundantes e possam alimentar centenas de milhões de pessoas. Os sucessos da Oceana têm promovido políticas que poderiam aumentar populações de peixes em até 40% nos países em que operamos e obtiveram a proteção de mais de um milhão e meio de quilômetros quadrados de oceanos. Temos escritórios de campanhas em diversos países que controlam aproximadamente 25% da pesca mundial, incluindo América do Norte, Sul e Central, Ásia e Europa. Para saber mais, por favor visite www.oceana.org

O Basque Culinary Center integra a Faculdade de Ciências Gastronômicas ligada à Universidade de Mondragon e um Centro de Pesquisa e Inovação. Fundada em 2009 e com sede em San Sebastián, a Faculdade oferece formação universitária e programas para professionais. Entre seus docentes, o centro conta com Juan Mari Arzak, Martín Berasategui, Andoni Luis Aduriz, Pedro Subijana, Eneko Atxa, Hilario Arbelaiz e Karlos Arguiñano. Seu conselho institucional está presidido por Ferrán Adrià e formado por Joan Roca, Rene Redzepi, Gastón Acurio e Massimo Bottura, entre outros chefs de renome. www.bculinary.com

Mais informações:

Oceana Brasil – +55 (61) 3247-1800

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