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Governo Biden se compromete em eliminar uso de descartáveis na administração federal até 2035

Maior compradora mundial de bens e serviços, decisões de compra da administração dos EUA podem ter impacto global

Agosto 29, 2024

Foto: Instituto Mar Urbano / Ricardo Gomes

O governo dos Estados Unidos anunciou que fará a eliminação gradual de plásticos descartáveis ​​em toda a administração federal até 2035. Já para as operações de serviços de alimentação, eventos e embalagens, o compromisso firmado pelo governo deverá estar em vigor daqui a três anos, em 2027. O anúncio, feito em julho, segue medidas governamentais implementadas anteriormente, como a que bane a presença de plásticos descartáveis em parques nacionais estadunidenses.

A diretora da campanha de plásticos da Oceana nos Estados Unidos, Christy Leavitt, afirmou que a administração federal daquele país é a maior compradora mundial de bens e serviços e que suas decisões de compra podem ter um impacto global. “Essa decisão é bastante positiva e reduz a dependência do nosso país em relação aos plásticos descartáveis. Esperamos com grande expectativa a implementação rápida e bem-sucedida desse esforço para eliminar esses itens ​​em toda a administração e adotar produtos recicláveis ​​e reutilizáveis.”

Em 2023, uma pesquisa mostrou que 82% dos eleitores estadunidenses demandavam a diminuição do uso de descartáveis pelo governo federal. Além de ameaçar a vida nos oceanos e de estar presente em alimentos, ar, água e até em corpos humanos e de animais, o plástico intensifica as mudanças climáticas e prejudica as comunidades situadas junto a fábricas de produtos plásticos.

É urgente que o Brasil avance

Maior produtor de plástico da América Latina, o Brasil ainda não tem nenhuma legislação para reduzir a produção e a consequente poluição plástica.

O Projeto de Lei 2524/2022, apelidado de PL da Economia Circular do Plástico, tramita desde outubro de 2023 na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Esse PL tem potencial para ser a carta na manga do Brasil já que ele propõe reduzir a produção de itens de uso único problemáticos e desnecessários.

“O Brasil está consideravelmente atrasado nesta pauta devido aos interesses e intenso lobby da indústria. É necessário que o PL 2524/2022 seja aprovado imediatamente para conter o tsunami de plástico que prejudica nossas praias, rios, mares, pescadores, fauna marinha e até a nossa saúde para que nosso país siga num rumo mais limpo”, aponta a gerente de advocacy e estratégia da Oceana, Lara Iwanicki.

Com o propósito de engajar a sociedade a pressionar o Congresso Nacional para a aprovação do PL 2524, a campanha Pare o Tsunami de Plástico já conta hoje com mais de 80 organizações da sociedade civil, especialmente das áreas ambiental, da saúde e de movimentos de catadores/as e pescadores/as.

Além de estabelecer metas de reuso e de reciclagem, o PL propõe que só sejam disponibilizados no mercado itens capazes de retornar para a cadeia de produção, reduzindo o acúmulo de resíduos no meio ambiente e incentivando indústrias e produtos mais sustentáveis.

Saiba mais sobre a campanha Pare o Tsunami de Plástico e participe do abaixo-assinado em apoio ao PL 2524/2022.