Nova Iorque aprova a redução de plástico descartável
Oceana comemora decisão do legislativo municipal por avançar no combate à poluição plástica que inunda o nosso planeta
Neste mês de janeiro, os vereadores de Nova Iorque aprovaram um projeto de lei que estabelece e que restaurantes, aplicativos e plataformas online de entrega de comida só podem fornecer determinados itens descartáveis, incluindo talheres de plástico e sachês de condimentos, se o cliente pedir.
De acordo com um relatório da Fundação Overbrook, o custo da gestão de plásticos descartáveis usados em alimentação naquele munícipio em 2016 foi de aproximadamente 42 milhões de dólares – valor pago pelos moradores e empresas instaladas por lá. Uma pesquisa local feita pela Oceana em 2022 constatou que 83% dos eleitores registrados do estado de Nova York estão preocupados com a quantidade de itens plásticos usados em serviços de entrega de alimentos, e 88% apoiam políticas municipais e estaduais que reduzam o consumo de plástico descartável.
“Simplesmente não podemos continuar usando itens desnecessários de plástico descartável, como talheres, no ritmo atual, se tivermos alguma esperança de enfrentar a crise da poluição causada por esse material”, disse Brian Langloss, representante da Oceana. “Esse projeto de lei é um exemplo importante de ação que podemos tomar em nível municipal para reduzir essa poluição e garantir que os consumidores tenham alternativas livres de plástico. Aplaudimos a Câmara de Vereadores de Nova Iorque por agir e pedimos ao prefeito que sancione o projeto de lei sem demora”.
Os cientistas estimam que 15 bilhões de quilos de plástico sejam lançados no oceano todos os anos. Isso equivale a cerca de dois caminhões de lixo plástico por minuto. O plástico já foi encontrado em todos os cantos do mundo, e está presente na água potável, na cerveja, no sal, no mel e até mesmo no organismo humano – microplásticos já foram encontrados na placenta, nos pulmões e na corrente sanguínea.
O material também é um dos fatores que mais contribui para as mudanças climáticas. Na verdade, se o plástico fosse um país, seria o quinto maior emissor de gases de efeito estufa do mundo. Com a sua produção crescendo rapidamente, pode-se esperar que quantidades cada vez maiores inundem nosso planeta azul, com consequências devastadoras.
Brasil no combate à poluição plástica
Maior produtor de plástico da América Latina, o Brasil tem uma grande responsabilidade em estabelecer medidas concretas para reduzir a poluição. Além da produção anual de 7 milhões de toneladas de plástico – dos quais três milhões de toneladas são de plásticos de uso único -, o país despeja 325 mil toneladas de lixo plástico nos oceanos, anualmente.
Diante do cenário, a Oceana defende o Projeto de Lei (PL) 2524, de autoria do senador Jean Paul Prates, que propõe um marco regulatório para a Economia Circular e Sustentável do Plástico.. Um dos princípios da Economia Circular é eliminar os itens de plástico descartável e só disponibilizar aos consumidores materiais que são, comprovadamente, recicláveis, reutilizáveis e/ou compostáveis.
“Os esforços para combater e reduzir a poluição por plásticos descartáveis precisam ser globais. O exemplo de Nova Iorque, uma das cidades mais famosas do mundo e a capital financeira dos Estados Unidos, demonstra o quão global é essa discussão. As medidas para lidar com esse problema, além de necessárias e urgentes, podem sim ser realistas e efetivas! As empresas e o poder público precisam assumir a responsabilidade que lhes cabe em relação aos impactos causados pelo plástico”, defendeu Iran Magno, analista de campanhas da Oceana no Brasil.