Oceana Canadá elogia medidas para proteger baleias-francas-do-Atlântico-Norte, mas alerta que é preciso ir além
Março 6, 2020
Foto: Nick Hawkins
O governo canadense anunciou uma série de medidas para 2020, voltadas a proteger as baleias-francas-do-Atlântico-Norte, uma das espécies mais ameaçadas do planeta. Enredamentos em equipamentos de pesca e colisões com navios são os principais riscos para o futuro dessas baleias.
Entre as medidas anunciadas, estão o fechamento de algumas áreas de pesca, a vigilância aérea e o uso de procedimentos acústicos com hidrofones e drone para ajudar a detectar baleias em águas canadenses.
“É bom ver que o governo continua implementando medidas para proteger a espécie das ameaças de colisão com navios e de enredamentos em equipamentos de pesca”, comemorou a diretora de Campanhas da Oceana Canadá, Kim Elmslie. “No entanto, o sucesso dessas medidas depende de vigilância. Recomendamos fortemente que o governo intensifique a fiscalização”, completou.
A Oceana Canadá recebeu com satisfação os novos protocolos para fechamento temporário de áreas de pesca. Essas medidas incluem a zona expandida ao redor da Baía de Fundy e a possibilidade de fechamento por temporada de áreas no Golfo de São Lourenço quando mais de uma baleia for avistada, pois uma simples corda na água representa uma ameaça.
Kim Elmslie avaliou que, nas medidas anunciadas para 2020, falta um plano de resposta a emergências em caso de morte de baleias francas em águas canadenses. “Com apenas cerca de 400 desses animais restantes e menos de 100 fêmeas reprodutoras, a morte de qualquer baleia franca está acima do limite. A sobrevivência delas depende de nós”, alertou.
Declínio da espécie
As baleias-francas-do-Atlântico-Norte receberam seu nome em inglês – right whale – por serem as baleias “certas” para a caça, pois são encontradas com frequência perto da costa, nadam devagar e, quando mortas, tendem a flutuar. Caçadas sistematicamente por muitos anos, sua população caiu de 21 mil para menos de 100 indivíduos na década de 1920. Em 1935, a caça foi proibida e, em 2010, a população aumentou para 483 indivíduos.
No ano passado, a Oceana lançou uma campanha nos Estados Unidos e no Canadá para evitar a extinção da espécie. A organização defende a imediata intervenção dos governos dos EUA e do Canadá para evitar mais mortes do animal por colisão ou enredamento. Também pede melhor monitoramento da pesca, rastreamento público dos navios pesqueiros e estabelecimento de restrições sazonais de velocidade em áreas habitadas pela espécie, entre outras ações.