Oceana cobra compromisso da Coca-Cola para reduzir a poluição plástica - Oceana Brasil
Inicio / Comunicados de Prensa / Oceana cobra compromisso da Coca-Cola para reduzir a poluição plástica

Oceana cobra compromisso da Coca-Cola para reduzir a poluição plástica

Até 2030, a multinacional deveria eliminar o equivalente a mais de 100 bilhões de garrafas e copos descartáveis

Junho 14, 2024

Durante a reunião anual dos acionistas da Coca-Cola Europacific Partners (CCEP), realizada no final de maio em Londres, a Oceana cobrou publicamente a maior poluidora de plásticos do mundo a cumprir o seu próprio compromisso de utilizar mais embalagens reutilizáveis e reduzir a poluição por plásticos – considerada a 2ª maior ameaça ambiental ao planeta, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). 

Em 2022, a Coca-Cola comprometeu-se a alcançar a meta de usar 25% de embalagens reutilizáveis até 2030. No entanto, a CCEP, que ocupa a posição de maior engarrafadora e vendedora de produtos da empresa no mundo, ainda não assumiu qualquer compromisso semelhante.   

“O plástico está devastando os nossos oceanos, e a Coca-Cola é a maior poluidora do mundo quando se trata desse material, segundo pesquisa publicada pelo Movimento Break Free From Plastic”, destacou Matt Littlejohn, vice-presidente sênior da Oceana. 

“A empresa comprometeu-se a eliminar, até 2030, o equivalente acumulado a mais de 100 bilhões de garrafas e copos de plástico descartáveis de 500 ml e evitar que até 14,7 bilhões desses recipientes entrem em nossos corpos d’água e mares. Mas, para cumprir essa meta, é preciso que suas engarrafadoras também apoiem esse comprometimento”, completou. Segundo a própria Coca-Cola, as garrafas reutilizáveis podem ter a menor pegada de carbono e o maior índice de coleta entre todos os tipos de embalagem, principalmente em comparação com garrafas de plástico descartáveis.  

Além de enviar uma carta aos acionistas, executivos e funcionários da multinacional, a Oceana utilizou outdoors itinerantes e outras ações visuais no entorno do prédio para dar o seu recado aos participantes da reunião, além de ter feito um anúncio publicitário no jornal Financial Times. 

 Um futuro livre de poluição 

Em outubro do ano passado, empresas, associações e fornecedores do setor de bebidas e alimentos no Brasil assinaram um Manifesto se comprometendo a reduzir o uso e a distribuição de plásticos descartáveis em suas operações. O documento também aborda a necessidade de transformar nosso atual modelo de produção e consumo, adotando uma abordagem circular, na qual os produtos e embalagens são reintegrados à cadeia produtiva. 

Atualmente, tramita no Senado Federal, o Projeto de Lei 2524/2022 – mais conhecido como PL do Oceano Sem Plástico. Trata-se de uma iniciativa fundamental para que o Brasil avance, com urgência, no combate a essa poluição, focando na raiz do problema e buscando alternativas inovadoras e menos poluentes. Entre outras medidas de combate à poluição plástica, o PL propõe eliminar itens descartáveis desnecessários e problemáticos, disponibilizando no mercado apenas produtos recicláveis, reutilizáveis e/ou comprovadamente compostáveis. 

“Estamos inseridos em um sistema de produção em que os maiores poluidores não são responsabilizados pelos impactos que causam ao meio ambiente, à economia, às cooperativas de reciclagem e à nossa saúde. Por isso, é preciso regulamentar o quanto antes a produção, o consumo e o descarte de plásticos, por meio da aprovação do PL 2524/2022”, destaca Lara Iwanicki, gerente de advocacy da Oceana.  

 

Conheça a campanha Pare o Tsunami de Plástico,  que já conta com o apoio de quase 80 organizações.